• Apresentando, a Gestalt-Terapia.

     



    A Gestalt-terapia é uma abordagem fundada por Fritz Perls e sua esposa, Laura Perls. A abordagem foi “inaugurada” em 1951 com o livro “GESTALT-TERAPIA”, uma obra escrita em parceria de Perls, Hefferline e Goodman.


    Precisamos compreender, antes de qualquer coisa, que a Gestalt-terapia é uma abordagem psicológica que orienta a atuação do profissional na prática clínica. Pautadas nas filosofias existencial-humanista-fenomenológica, a Gestalt-terapia se propõe a compreender como a pessoa estabelece contato; com o mundo, com o outro e consigo e sua responsabilidade diante essas relações que estabelece; resgatando seu potencial positivo e sua capacidade mudar o rumo de sua própria vida.

    Sobre a responsabilidade, podemos ler no dicionário da língua portuguesa o seguinte: “Aquele que tem condições morais e/ou materiais de assumir um compromisso”. Isso parece quase como uma obrigação, não é? Um aspecto importante da Gestalt-terapia é a tentativa de tornar a pessoa responsável por sua vida, mas não em um caráter social obrigatório onde somos obrigados a “engolir” o que é apresentado para nós. Perls tinha uma compreensão diferente sobre responsabilidade: para ele, responsabilidade significa “habilidade de responder”(Perls, 1977) . É a capacidade de cada pessoa ser em si, seu próprio suporte, ter a capacidade de dar sua própria resposta do mundo. Afinal, compreende-se também que cada pessoa é a melhor conhecedora e interprete de si mesma, uma compreensão fundamental da filosofia humanista.


    Um outro aspecto importante na Gestalt-terapia é a relação. Compreendendo a relação a partir da filosofia dialógica de Buber, eu sou capaz de me entender como um ser existente na relação com o outro. Com base nisso, a Gestalt-terapia busca uma relação “horizontal” na relação terapeuta-cliente. Não é por possuir um conhecimento teórico adquirido em 5 anos de estudos sobre o comportamento humano e mais alguns anos em especializações, que eu sei mais sobre a pessoa que está diante mim que ela mesma. A própria pessoa é sempre o ponto de partida para a compreensão de sua existência, não as interpretações que o psicólogo-terapeuta venha a ter sobre o cliente. Desta forma, eu me coloco como igual, no mesmo patamar que o cliente permitindo que ele seja ele: a pessoa que sabe as respostas para as questões de sua própria vida e junto a ele, meu papel é ajudar a desvendar, e se necessário, construir essas respostas.


    Acredito que esta seja o maior – e talvez o mais importante – diferencial da Gestalt-terapia: resgatar o contato que a pessoa estabelece na sua existência e na sua forma de estabelecer relações. Quem sabe, ou (re)significando sua percepção e, se for necessário, construindo novos significados. O Gestalt-terapeuta será como um espelho onde tentaremos refletir a imagem que o cliente criou de si mesmo até o momento presente e quais as conseqüências disso, para que ele possa desta forma, enxergar seu próprio reflexo. Compreender quem ele está sendo naquele momento, naquele espaço, naquele tempo, naquela relação. E ajudá-lo a compreender e aceitar que ele está sendo o melhor que pode dentro de suas atuais possibilidades.

     ----------------------

    Perls, F (1977 ). Gestalt Terapia Explicada. São Paulo: Summus, 


  • 5 comentários: